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Apoio social é fundamental para pacientes enfrentarem hemodiálise

Domingo, 06 de Janeiro de 2013

Naila Okita - Agência USP

Estresse da hemodiálise

A hemodiálise é invasiva e altera radicalmente o cotidiano dos pacientes com problemas nos rins. Por isso, a enfermeira Daniela Comelis Bertolin, mestranda da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP, estudou como cada tipo de pessoa enfrenta o estresse causado por esse tratamento, a fim de auxiliar os profissionais de saúde a orientarem seus pacientes e entenderem como eles se comportam frente a essa diferente realidade.

Apoio familiar

Uma das conclusões de Daniela é que o acompanhamento por parte da família, amigos ou companheiros é um dos fatores mais importantes para enfrentar a doença e o tratamento. Outros estudos mostram que esse acompanhamento reduziu os índices de depressão e mortalidade, contribuindo para uma melhora da qualidade de vida do paciente.

"A doença e o tratamento são estressantes, pois restringem os hábitos de vida, podem ocasionar cansaços e outras dificuldades físicas, distúrbios do sono, falta de apetite, além de prejudicar ações do dia-a-dia, como limpar a casa, locomoção, e a pessoa ficar dependente das sessões de hemodiálise por toda vida", analisa a enfermeira. Dessa maneira, o apoio das pessoas ao redor (familiares e profissionais da saúde) é fundamental para que o paciente consiga enfrentar os problemas decorrentes da hemodiálise.

Lazer e religião

Com os questionários respondidos por 107 pacientes do Instituto de Urologia e Nefrologia de São José do Rio Preto, além do suporte social, percebeu-se que outros dois fatores os influenciam a enfrentar o estresse do tratamento.

Atividades ligadas ao lazer, ou seja, pessoas que conseguiam um tempo para se divertir e fazer o que gostavam encaravam melhor as dificuldades. Outro fator é a religião, que a literatura associa a uma estratégia chamada reavaliação positiva, na qual o paciente procura enxergar um lado bom no que parece ser muito ruim.

Lado físico e lado emocional

De maneira geral, pode-se dizer que há o predomínio de esforços focados em lidar mais com o emocional do que com a parte prática dos problemas. "Mas particularizando, as mulheres usam mais as estratégias de enfrentamento que os homens. Outros estudos mostram que os homens tendem a reclamar mais dos estressores físicos, enquanto as mulheres são mais preocupadas com a emoção", explica Daniela.

Os resultados também indicaram que os pacientes que conseguiam continuar trabalhando sofriam menos de depressão do que aqueles que eram obrigados a saírem dos empregos (o que muitas vezes leva a crises financeiras), e aqueles que praticavam esportes tinham mais autocontrole e lidavam melhor com seus próprios sentimentos.

Hemodiálise no Brasil

Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, em 2007 havia cerca de 66.800 pacientes em hemodiálise no Brasil. A enfermeira decidiu estudar apenas os maiores de 18 anos com insuficiência renal crônica terminal (na fase final da doença, com menos de 10% de funcionamento do rim) e que estavam sujeitos ao tratamento por pelo menos seis meses

Fonte:  Agência USP
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