Publicado em Divulgação científica
Dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) revelam que, desde 2000, o número de pacientes em tratamento dialítico - para quem sofre com a insuficiência renal -, mais que dobrou. Em 2011, o Brasil já possuía 643 unidades de diálise e 91.314 pacientes.
Para a nefrologista e professora do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Kátia de Paula Farah, esse aumento do número de casos da doença renal está relacionado a uma maior incidência de outras doenças, como a diabetes e a hipertensão, e ao próprio envelhecimento da população. "A evolução dos exames de propedêutica e o maior atendimento na rede pública, que permite um diagnóstico mais precoce, também contribuem para esse quadro", acrescenta a professora.A insuficiência renal pode ser classificada como crônica ou aguda, de acordo com a gravidade do problema. Kátia Farah explica que a doença renal crônica é um acometimento prolongado, que pode durar vários anos e levar ao comprometimento das funções renais, de modo leve, moderado ou grave. Já na aguda, o paciente sofre uma lesão em um processo de tempo muito menor, que também pode causar a perda da função renal. No entanto, em geral, quando a doença é aguda, secundária a alguma infecção ou ao uso de medicamentos, o paciente pode recuperar essa função.
Ainda segundo dados da SBN, a Diabetes Mellitus é a principal causa de falência renal no mundo, problema que costuma se manifestar de trinta a quarenta anos após o paciente contrair a diabetes, sendo que cerca de 25% das pessoas com diabetes tipo um e 5 a 10% dos portadores de diabetes tipo dois, desenvolvem insuficiência nos rins. "A diabetes é uma doença sistêmica, que acomete vários órgãos, e uma das principais complicações que ela pode ocasionar é a doença renal. Isso porque ela vai ocorrer ao longo dos anos e pode ir lesando as células, os vasos sanguíneos", explica Kátia Farah.
Além da diabetes, a hipertensão arterial e a glomerulonefrite, que é uma inflamação dos rins, são outras causas comuns que levam à insuficiência renal crônica.