O diabetes e a hipertensão, somadas ao envelhecimento, são os principais fatores de risco para desenvolver a doença renal crônica (DRC), que afeta um em cada dez adultos no mundo, segundo estudos. A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) incita os provedores de saúde a incorporar testes ou marcadores de dano renal em pacientes com alto risco, especialmente diabéticos e hipertensos, e incentivar as pessoas a manter estilos de vida saudáveis.
Este ano, a doença renal crônica e envelhecimento é o tema do Dia Mundial do Rim, que aconteceu dia 13 de março de 2015, promovido pela Sociedade Internacional de Nefrologia e a Federação Internacional de Fundações do Rim.
A doença renal crônica é a perda progressiva da função renal em meses ou anos. Na etapa inicial, a doença não apresenta sintomas e pode ser tratada. Porém, em etapas onde a doença está mais avançada, a pessoa pode necessitar de diálise e até mesmo de um transplante de rim.
Nos últimos 50 anos, a esperança de vida na América Latina e Caribe aumentou em mais de 20 anos. "As pessoas aumentaram sua expectativa de vida, inclusive aquelas com uma ou várias doenças crônicas e fatores de risco. Isso faz com que as repercussões em órgãos como o rim tenham crescido entre as pessoas da terceira idade, evidenciando a necessidade de prestar mais atenção ao tema", explicou Enrique Vega, assessor regional em Envelhecimento e Saúde da OPAS/OMS.
Nos Estados Unidos, por exemplo, segundo a National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES), os casos novos de DRC duplicaram entre os maiores de 65 anos entre 2000 e 2008. A prevalência de pessoas de mais de 60 anos com doença renal crônica passou de 18,8% em 2003 para 24,5% em 2006, porém se manteve abaixo de 0,5% entre aqueles de 20 a 39 anos.
"Realizar atividade física, não fumar, adotar uma dieta saudável, comer com pouco sal e pouco açúcar, além de medir regularmente a pressão arterial podem prevenir a hipertensão e o diabetes tipo 2, e em caso de sofrer destas doenças, deve mantê-las sob controle, para evitar que levem também a lesão nos rins", salienta Pedro Orduñez, assessor regional em Prevenção e Controle de Doenças Crônicas da OPAS/OMS.
Na América Latina e Caribe, dois de cada três idosos reportaram ter uma de seis doenças crônicas frequentes nesta idade (hipertensão, diabetes, cardiopatia, doenças cerebrovasculares, artropatias ou doenças pulmonares crônicas) e duas de cada três disseram ter ao menos dois fatores de risco (hábito de fumar, sobrepeso ou a falta de atividade física rigorosa), segundo dados da pesquisa sobre Saúde, Bem Estar e Envelhecimento (SABE), dirigida pela OPAS/OMS.
Para detectar a doença renal crônica, os especialistas recomendam realizar periodicamente exames de sangue e de urina, e medir a pressão arterial, em especial entre a população de risco, como diabéticos, hipertensos, maiores de 65 anos, aqueles que tenham tido algum episódio cardiovascular, familiares de pacientes que sofrem dos rins, fumantes e pessoas sedentárias.
Por outro lado, existem tratamentos simples, de baixo custo, que podem reduzir o progresso da doença e o risco de ataques cardíacos e acidentes cerebrovasculares associados, assim como também melhorar a qualidade de vida.
Nas Américas, as doenças não transmissíveis (câncer, diabetes, doenças cardiovasculares, e doenças respiratórias crônicas, entre outras) causam três de cada quatro disfunções, ou seja, que 4,45 milhões de pessoas morrem por ano devido a alguma delas. A OPAS/OMS trabalha com os países das Américas para reduzir 25% das mortes prematuras por estas doenças até 2025.
Sobre o Dia Mundial do Rim
Celebrado no segundo domingo de março, a missão do Dia Mundial do Rim é aumentar a consciência da importância dos rins para nossa saúde em geral e para reduzir a frequência e o impacto da doença renal e dos problemas de saúde a ela associados em todo o mundo. O tema deste ano da campanha é "Doença Renal Crônica e Envelhecimento".
Os principais objetivos são:
Se detectados prematuramente, Doenças Renais Crônicas podem ser tratadas - diminuindo, desta forma, outras complicações e dramaticamente reduzindo a carga crescente de morte e invalidez decorrente da DRC e doenças cardiovasculares em todo o mundo.