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Desafios da saúde: insuficiência renal crônica

Quarta-feira, 04 de Dezembro de 2013
A Insuficiência Renal Crônica (IRC) é vista hoje como um sério problema de saúde pública não só no Brasil, mas em todo mundo.
A Insuficiência Renal Crônica (IRC) é vista hoje como um sério problema de saúde pública não só no Brasil, mas em todo mundo.

Po Bárbara Heimer França de Souza

1 - Insuficiência Renal Crônica
A Insuficiência Renal Crônica (IRC) é vista hoje como um sério problema de saúde pública não só no Brasil, mas em todo mundo e é definida como lesão renal ou presença de nível reduzido de função renal durante três meses ou mais, independente do diagnóstico. É considerada uma doença de crescimento alarmante onde se estima que existam mais de 2 milhões de brasileiros portadores de algum grau de disfunção renal e aproximadamente 47.000 pacientes dependentes de diálise para substituir a função renal só no Brasil, a cada ano, 50.000 norte-americanos aproximadamente morrem em virtude da insuficiência renal.

A presença de disfunção renal eleva o risco de morrer prematuramente por doença cardiovascular em cerca de 10 vezes em comparação à população normal. A IRC é o resultado final de múltiplos sinais e sintomas decorrentes da incapacidade renal de manter o equilíbrio interno do organismo e depois de instalada, é necessário um tratamento contínuo para substituir a função renal.

A doença renal crônica traz consigo uma série de consequências que marcam a vida do portador, iniciando-se com o diagnóstico, sendo comuns as diversas manifestações psíquicas de não aceitação da doença ou do tratamento, acarretando em alterações na interação social e desequilíbrios psicológicos, não somente do paciente como também da família que o acompanha.

A detecção precoce da doença e a realização de condutas terapêuticas apropriadas para evitar sua progressão podem reduzir o sofrimento dos pacientes e os custos financeiros associados a IRC, por tanto conhecer os fatores de risco, realizar diagnóstico precoce, investir em prevenção e tratamento, são elementos essenciais para lutar contra os desafios relacionados a tal doença.

2 - Fatores de risco
Vários fatores contribuem para a IRC, a presença de diabetes pode danificar os vasos sanguíneos dos rins, com a consequência de problemas de filtração sanguínea e acúmulo de resíduos no sangue. O tabagismo é um fator de risco conhecido para doença cardiovascular, câncer e muitas outras doenças, porém o mecanismo pelo qual o tabagismo induz a lesão renal não é totalmente entendido, vários mecanismos induzem a lesão renal como o aumento da pressão arterial, ativação do sistema renina-angiotensina e endotelina. Outros fatores como hipertensão arterial, envelhecimento e história familiar de doença renal também contribuem para instalação da doença.

3 - Características bioquímicas e clinicas
Caracteriza-se insuficiência renal quando os rins não se mostram capazes de remover os produtos provenientes da degradação metabólica do corpo ou de realizar as funções reguladoras. A expressão Insuficiência Renal Crônica (IRC) refere- se a um diagnóstico sindrômico de perda progressiva e geralmente irreversível da função renal de depuração glomerular.

Esta perda progressiva da filtração glomerular pode ser avaliada clinicamente pela medida do "clearance" de creatinina em urina de 24 horas que em indivíduos normais é da ordem de 110 a 120 ml/min correspondente à função de filtração de cerca de 2.000.000 de néfrons. Em pacientes com IRC a filtração se reduz podendo chegar, em casos mais avançados, até 10-5 ml/min quando o tratamento dialítico ou o transplante renal se fazem necessários.

A consequência dessa redução de função é a retenção no organismo de solutos tóxicos geralmente provenientes do metabolismo proteico, que podem ser avaliados indiretamente através das dosagens da ureia e creatinina plasmáticas, que se elevam progressivamente.

Nas fases iniciais o diagnóstico pode ser sugerido pela associação de manifestações inespecíficas como fadiga, emagrecimento, prurido, hipertensão ou edema. Os principais sintomas são: nictúria, poliúria, oligúria, edema, hipertensão arterial, fraqueza, fadiga, vômito, insônia, cãibras, prurido, xerose, atrofia testicular, impotência, déficit cognitivo, confusão, sonolência e coma. O edema ocorre como consequência da ingestão excessiva de sal e água, insuficiência cardíaca e hipoalbuminemia, sua correção pode ser feita através do uso de diuréticos, diálise e reposição da perda proteica.

4 - Tratamento
A IRC pode ser tratada inicialmente por meio de terapias conservadoras, como: tratamento nutricional, utilização de medicamentos e controle das doenças de base como o controle da pressão arterial. Assim, o tratamento dever ser desenvolvido de forma ampla, abrangendo desde os cuidados psicológicos, nutricionais e estéticos. O tratamento envolve equipe multidisciplinar, aceitação e compromisso do doente renal até a adoção de uma terapia de substituição renal.

Os métodos de diálise são empregados nos pacientes com o objetivo de depurar as diferentes substâncias que são acumuladas no organismo decorrentes da IRC. O termo diálise se refere ao movimento de moléculas através de uma membrana semipermeável, aplicado para promover a saída e/ou a entrada de moléculas presentes no sangue. De acordo com a modalidade de diálise escolhida empregam-se os processos de difusão, osmose, ultrafiltração e convecção.

Referências
Batista PBP, AA Lopes. Estudo Epidemiológico sobre a terapia renal substitutiva II 2004: Brasília.
MINISTÉRIO DA SAÚDE, Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional ao Portador de Doença Renal, Série B. 2004: Textos Básicos em Saúde.
Pereira LC. Análise dos fatores de risco para doença cardiovascular na progressão da doença renal crônica. Dissertação, São Paulo, 2007. Faculdade de Medicina. Universidade de São Paulo. 2007.
Rodrigues RAP, Kusumota L, Marques S. Idosos com insuficiência renal crônica. Rev Latino-am Enfermagem 2004 maio-junho; 12(3):525-32.

Fonte:  Portal Educação
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