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Desmistificando a dieta na insuficiência renal

Quarta-feira, 04 de Setembro de 2013
Quando os rins não estão trabalhando apropriadamente, é necessário fazer ajustes na dieta para que o organismo não se sobrecarregue com esses resíduos
Quando os rins não estão trabalhando apropriadamente, é necessário fazer ajustes na dieta para que o organismo não se sobrecarregue com esses resíduos

Diário da Manhã

Sônia Caixêta

Os rins são responsáveis pela eliminação dos resíduos provenientes da digestão dos alimentos depois que o organismo aproveitou-se de todos os seus elementos nutritivos. Quando os rins não estão trabalhando apropriadamente, é necessário fazer ajustes na dieta para que o organismo não se sobrecarregue com esses resíduos.

A dieta prescrita para os pacientes com insuficiência renal crônica depende de vários fatores, como o estágio da doença renal (se é discreta com creatinina em torno de 2mg%; se é pré-dialítica com creatinina em torno de 4mg% ou se o paciente já se encontra em programa de diálise). Outras doenças existentes, como o diabetes, hipertensão, dislipidemia, também precisam ser levadas em consideração, assim como o peso, a altura, o nível de atividade física e a quantidade de urina (volume urinário em 24 horas). Desta maneira, cada pessoa deve ter sua dieta individualizada por um nutricionista habilitado a lidar com pacientes com doença renal. Cada organismo tem diferentes necessidades baseadas no grau de doença, no resultado dos exames de laboratório, no peso do paciente, (se é necessário perda ou ganho de peso), na necessidade proteica e de outros elementos, como vitaminas e sais minerais.

A "Dieta para Nefropata" não deve ser prescrita como se fosse uma fórmula única com "pouca" proteína (a quantidade varia de pessoa para pessoa), sem sal (nem todo paciente é hipertenso ou apresenta "inchaço" que é o edema; alguns até são perdedores de sal), pobre em potássio (existem pessoas mais tolerantes que outras à quantidade de potássio ingerido) e restrição hídrica (depende do volume urinário). Desta maneira não existe uma dieta padrão para o nefropata e dificilmente duas pessoas vão seguir a mesma dieta. Cada um deve ter uma dieta personalizada, adequada às suas necessidades.

O paciente com algum grau de insuficiência renal deve acompanhar com seu nefrologista os resultados de seus exames de laboratório e entender o que eles significam. Esses exames são a chave para a elaboração da dieta para os rins. É extremamente importante, portanto, que se realizem periodicamente esses exames e que o médico, o nutricionista e o paciente sejam capazes de traduzir os resultados em alimentos, vitaminas e sais minerais. De maneira geral, os nutrientes levados em consideração na dieta do indivíduo nefropata são os seguintes: cálcio e fósforo; sódio; líquidos em geral; potássio; proteínas e calorias.

Com a personalização da dieta é possível obter-se cardápios variados, saborosos e com bom valor nutricional. O paciente e sua família devem ser reeducados em relação aos hábitos alimentares. A tradição alimentar brasileira é baseada em alimentos gordurosos, calóricos, com muito sal e que acabam provocando sede, com muita ingestão de líquidos.

O nutricionista é o profissional responsável por esta reeducação alimentar, ensinando o paciente e sua família a elaborar um cardápio adequado e fornecendo receitas já testadas, que são nutritivas e agradam paladar.

(Sônia Caixêta, nutricionista especialista - Nutrição Clínica e Fitoterapia Clínica com ênfase em Obesidade e Nutrição para pacientes com problemas renais; e-mail: soniacaixeta@gmail.com).

Fonte:  www.dm.com.br
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