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Diagnóstico de doença renal para a maioria das pessoas vem tarde demais

Segunda-feira, 23 de Setembro de 2013
Somente 30% dos pacientes conhecem o próprio diagnóstico, o que dificulta o tratamento. Foto: Newslighter/Flickr/Creative Commons
Somente 30% dos pacientes conhecem o próprio diagnóstico, o que dificulta o tratamento. Foto: Newslighter/Flickr/Creative Commons

Por Daniela Pereira

Quando algum órgão do corpo humano não apresenta normalidade é preciso cuidados. Quando este órgão é responsável porfiltrar o sangue, excretando as substâncias que devem ser desprezadas e retendo aquelas que fazem parte do sistema metabólico, a situação complica ainda mais. Segundo levantamento feito este ano pela Sociedade Brasileira de Nefrologia, em cada grupo de 1 milhão de habitantes no Brasil, 400 estão com rins comprometidos e são submetidos a sessões de diálise, sendo que em 2014 este número crescerá cerca de 8%. Ainda conforme a pesquisa, somente 30% dos pacientes conhecem o próprio diagnóstico, o que dificulta o tratamento e possibilita a morte prematura.

Diante dos dados, o censo de doença renal crônica da Sociedade Brasileira de Nefrologia garante que a doença está assumindo níveis epidêmicos no país. Apesar disso, especialistas acreditam que a doença ainda é subdiagnosticada. "Esta diferença deve-se ao fato de que muitos brasileiros morrem de doença renal crônica desconhecendo o diagnóstico", alerta Hugo Abensur, coordenador do setor de diálise peritoneal e da Liga de Doença Renal Crônica do Hospital das Clínicas de São Paulo, presidente da Sociedade Paulista de Nefrologia e membro da Sociedade Brasileira de Nefrologia.

Dois tipos de exames são utilizados para diagnosticar o problema. O teste de creatinina pode contribuir para o diagnóstico precoce da doença, quando ainda é possível trata-la. Já o teste de concentração de fósforo e cálcio pode levar a um melhor controle da doença já instalada.

Apesar da simplicidade dos exames, ambos feitos através da coleta de sangue, médicos garantem que, na maioria dos casos, o diagnóstico só é feito num estágio avançado da doença em que as únicas alternativas de tratamento são a diálise ou transplante. "É importante manter o hábito de fazer exames periódicos, principalmente após os 40 anos. Além disso, é importante manter hábitos alimentares saudáveis, não fumar e nem usar bebidas alcoólicas", explica o nefrologista Paulo Dantas Oliveira.

Existem cinco estágios da doença, de acordo com o grau de lesão e perda da função renal.

No estágio cinco, quando o paciente já perdeu mais de 85% da função renal, é necessária uma terapia de substituição da função renal. Caso contrário, o paciente evoluirá para o óbito.

Quando a doença é diagnosticada em fase inicial tem tratamento e pode ser controlada, através da medição dos índices de creatinina no sangue.

De acordo com a SBN, a creatinina é um metabólito que "circula pelo sangue e serve como um marcador do funcionamento dos rins. É derivada da creatina, substância produzida pela musculatura que, ao transformar-se em creatinina, deve ser eliminada pelos rins. O valor da creatinina em indivíduos normais apresenta uma variação em relação ao sexo e ao volume de massa muscular. A sua concentração no sangue é maior nos homens e nos atletas.

Nas mulheres, crianças e idosos, a concentração sanguínea é, proporcionalmente, menor. Seus valores normais são aproximadamente 1 mg/dL nos homens, 0,8 mg/dL nas mulheres e 0,5/dL nas crianças pequenas. Seus valores aumentam à medida que ocorre a diminuição da função dos rins; por isso, são utilizados como marcadores da função renal. Os aumentos se tornam significativos quando existe uma perda de mais de 50% da função dos rins".

Fonte:  www.tribunadabahia.com.br
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