Luiz Aranha
Um dos tratamentos que mais causa pavor nos pacientes é a hemodiálise. O medo e o preconceito de algumas pessoas ocorrem, principalmente, pela falta de informação sobre o método.
A hemodiálise é um dos maiores avanços da medicina. Os rins são os únicos órgãos nobres que podem ser substituídos, ainda que não perfeitamente, por uma máquina. Se você tem uma falência do coração, do cérebro, dos pulmões, do fígado, etc. e não se submeter a um transplante de órgãos, o seu destino será impreterivelmente a morte. Se seu rim entrar em falência, você passará a fazer diálise e ainda poderá viver e ser produtivo por muitos anos.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), em todo o mundo, 500 milhões de pessoas sofrem de problemas renais e 1,5 milhão delas estão em diálise. As estatísticas revelam também que uma em cada dez pessoas no mundo sofre de doença renal crônica. No Brasil, estima-se que aproximadamente 130 mil pessoas fazem o tratamento.
Agora, é agradável fazer diálise? Com certeza não. Mas o tratamento tem que ser encarado como uma oportunidade de vida em uma doença que há poucas décadas era fatal. Hoje as pessoas dialisam e levam uma vida próxima do normal, podem trabalhar, ir ao cinema, viajar, praticar exercícios, jantar fora etc.
Com um sorriso no rosto, bem disposto e uma vida de como qualquer outro jovem, Gilmarcio de Oliveira Junior, de 19 anos, que trabalha como atendente em uma rede de fast food, conta que faz o tratamento há pouco mais de um ano e não se sente incomodado com o que o ajuda a viver.
Seu avô é quem o leva duas vezes por semana, as 4h20 da manhã, para o tratamento que dura cerca de quatro horas. Gilmarcio diz que já está fazendo exames para a realização do transplante do rim e seu pai é quem será o doador. "Tenho uma vida normal. A hemodiálise é muito importante para mim, vejo que é um tratamento extremamente necessário e indispensável, por que me deixa melhor fisicamente e que me ajuda na saúde. Sem ela eu não estaria aqui", conta o jovem.
Existe a hemodiálise, que é feita pelo sangue com um filtro artificial, e a diálise peritoneal, que usa o peritônio, uma membrana que envolve os órgãos abdominais como filtro. O paciente insuficiente renal é ligado a uma máquina que puxa seu sangue através de uma bomba circuladora. Esse sangue passa por um filtro que possui uma membrana semipermeável, que retira as toxinas e as substâncias em excesso, e, devolve o sangue limpo para o paciente.