As doenças crônicas são aquelas em que ocorre uma evolução lenta e normalmente possuem uma longa duração. Entre essas doenças, destacam-se a insuficiência renal crônica (IRC), normalmente associada a casos de diabetes, pressão alta e distúrbios, como a doença renal policística.
Na insuficiência renal crônica, o rim não consegue realizar sua função de excreção normalmente, que vai sendo prejudicada de forma lenta, progressiva e irreversível. Com isso, o indivíduo portador começa a acumular as substâncias tóxicas provenientes do metabolismo celular, prejudicando o funcionamento de outros órgãos.
A IRC é medida através da análise da taxa de filtração glomerular (TFG). Um indivíduo normal possui essa taxa em torno de 110 a 120 ml/min, enquanto em um indivíduo com IRC, essa taxa pode chegar até a 10-5 ml/min. Quando os níveis de filtração atingem números muito baixos, faz-se necessário a terapia com hemodiálise ou transplante.
De acordo com a National Kidney Foundation, podemos classificar a insuficiência renal crônica em cinco estágios. No estágio 1, existem afecções renais, porém a TFG continua normal (90 ou acima). No estágio 2, o paciente apresenta afecções renais e uma leve redução na TFG (60 a 89). No estágio 3, ocorre uma redução moderada na TFG (30 a 59). No estágio 4, ocorre uma redução grave da TFG (15 a 29). Já no estágio cinco, ocorre a falência renal e as taxas de filtração são inferiores a 15.
Uma pessoa com IRC normalmente não apresenta sintomas, pois esses costumam aparecer somente em estágios avançados da doença. Entretanto, podem ser observados, em alguns casos, cansaço, redução do apetite, cãibras à noite, dificuldade de concentração e urina com maior frequência.
Para diminuir os riscos de uma insuficiência renal, algumas medidas podem ser tomadas. Primeiramente devem ser realizados exames periódicos para analisar a taxa de filtração do rim, principalmente pessoas com maior risco de desenvolver a doença. Deve-se também controlar doenças como diabetes e pressão alta. O uso de bebidas alcoólicas, cigarro e ingestão de grande quantidade de sal e proteínas devem ser evitados, assim como o uso de analgésicos e anti-inflamatórios sem receita médica.
O tratamento baseia-se no controle da pressão e dieta com restrição de proteínas nas fases iniciais. À medida que a doença avança, alguns medicamentos podem ser utilizados a fim de retardar o processo. No estágio final da IRC, é necessário o tratamento com hemodiálise, diálise peritoneal ou a realização de transplantes.
A hemodiálise é um tratamento baseado na remoção das substâncias tóxicas e em excesso que o rim não consegue mais eliminar. O sangue é retirado do corpo do paciente e sua filtração ocorre em um aparelho chamado de dialisador, só depois, então, que o sangue é devolvido ao corpo.
Diferente da hemodiálise, na diálise peritoneal, as impurezas são retiradas do sangue através de uma substância (solução de diálise), não sendo necessária, assim, a retirada do sangue do corpo do paciente. A substância é colocada na região do abdome e depois drenada.
O diagnóstico precoce é essencial para retardar o avanço da doença e garantir uma melhor qualidade de vida.
Por Vanessa dos SantosGraduada em Biologia