Os rins recebem cerca de 20% do sangue bombeado pelo coração. Todo esse fornecimento permite que ele realize uma série de atividades fundamentais para o bom funcionamento do nosso organismo. "O rim é responsável por regular a composição e a pressão sanguínea, remover resíduos (ureia, amônia, drogas, substâncias tóxicas), manter o volume adequado de água e o nível de cálcio do corpo. Além disso, eles conservam as concentrações contínuas de ácido, evitam a anemia e aumentam a produção de vitamina D", explica a nefrologista, Amélia Trindade, do Ministério da Saúde.
Algumas das principais doenças que afetam os rins são: nefrite, infecção urinária, cálculo renal, obstrução urinária, insuficiência renal aguda, insuficiência renal crônica, tumores renais, doenças multissistêmicas, doenças congênitas e hereditárias e nefropatias tóxicas. "A insuficiência renal crônica (DRC) costuma ser uma doença muito silenciosa. Destrói as estruturas renais até chegar ao ponto de afetar diretamente no funcionamento do órgão. As enfermidades que normalmente levam à insuficiência renal crônica são a diabetes, sedentarismo e a hipertensão arterial sistêmica", alerta a nefrologista.
Hábitos de vida saudáveis podem evitar tais complicações patológicas. "Manter uma dieta balanceada, o peso ideal, ter uma hidratação adequada e fazer atividades físicas. Todos esses cuidados são imprescindíveis no sentido de evitar a perda das funções renais, a ponto de chegar à necessidade do transplante", alerta a médica.
Diabetes e pressão - "A incidência dessas duas doenças tem aumentado nos últimos anos, algo agravado pelo envelhecimento da população, além de sedentarismo e obesidade. A nossa cultura tem uma alimentação muito rica em sal e carboidratos, o que acentua o aumento dessas doenças. O ideal é reduzir o sal, manter uma alimentação equilibrada e manter uma hidratação adequada."
De bem com a balança - "Os nossos rins têm uma programação para o peso e altura, por isso manter-se no peso ideal é fundamental para seguir com os rins em ótimo funcionamento. Indivíduos com o índice de massa corporal (IMC) nos parâmetros saudáveis ficam protegidos. Hoje em dia, existe uma epidemia mundial de obesidade. O excesso de peso leva à hipertensão e ao diabetes. Quando hábitos saudáveis são adquiridos, o risco de sofrer com um problema no rim é bem menor", explica.
Alimentação equilibrada, rins a salvo - "Tomar cuidado com o excesso de gordura, sal, sódio e açúcar é fundamental. Ingerir alimentos ricos em vitaminas e fibras colabora para a manutenção adequada das funções renais.
Se o indivíduo já tiver sofrido com a DRC, é provável que seja obrigado a fazer algumas mudanças em seu cardápio. Adotar uma dieta com menor quantidade de carboidratos, proteína e sal para evitar a sobrecarga renal", orienta.
A hidratação - "Tomar muita água é fundamental. Muitas vezes, crianças e adolescentes substituem a água por refrigerantes e sucos artificiais, o que prejudica o órgão. Em regiões secas, é essencial manter uma hidratação adequada e uma alimentação leve e balanceada. Um adulto deve ingerir em média dois litros de água por dia, fora outros líquidos saudáveis como sucos e chás", diz.
Apagar o cigarro - "Os rins são cheios de vasos sanguíneos. O cigarro, por conta de suas substâncias tóxicas, desencadeia uma série de inflamações que prejudicam o órgão. O tabaco é uma sujeira pesada e dificulta o bom funcionamento dos rins e tem um impacto maior na bexiga. O que facilita o aparecimento de tumores nas bexigas e nos rins", finaliza.
Guia Alimentar para a População Brasileira - No Guia alimentar do Ministério da Saúde você encontra recomendações sobre como ter uma alimentação saudável. Ele avalia a qualidade da comida que vai à mesa das famílias brasileiras e passa informações simples e diretas sobre como essa dieta deve ser feita. O guia orienta para práticas alimentares que incentivam a promoção da saúde e a prevenção de doenças relacionadas à alimentação.