Tatiane Patrontatiane.patron@bomdiasorocaba.com.br
Hoje é o Dia Mundial do Rim e as doenças que podem favorecer o aparecimento de problemas no órgão estão ligados à diabetes e a pressão alta. Porém, a doença renal é silenciosa e pode aparecer mesmo sem os precedentes. Como aconteceu com a autônoma Miriam Maria Brasil, 25 anos."Me preocupei quando vi sangue na urina. O próximo sintoma foi a anemia, junto com a fraqueza e o inchaço. Então descobri que o rim estava parado. Nem sabia que isso poderia acontecer", conta.
Ela faz hemodiálise há um ano e afirma que no começo sofreu, mas agora se diverte com os amigos que fez no IHS (Instituto de Hemodiálise de Sorocaba).
No município, são 700 pacientes que fazem o tratamento que filtra o sangue três vezes por semana e quatro horas cada dia. A máquina substitui a função do rim que é purificar o sangue, controlar a pressão arterial e eliminar o excesso de líquido.
Em Sorocaba, são quatro centros de tratamento: o IHS, hospital Santa Lucinda, Unimed e hospital Leonor Mendes de Barros (CHS). No Brasil são gastos, anualmente, R$ 2 bilhões em hemodiálise.
Prevenção/ Por ano, o número de pacientes com insuficiência renal cresce 10%. O médico nefrologista e diretor do IHS, Jaelson Guilhem afirma que o tratamento poderia ser evitado, por isso a campanha do Dia Mundial do Rim tem como objetivo destacar a prevenção.
O professor da PUC (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e médico da Unimed, Ricardo Augusto de Miranda Cadaval, lembra que a mobilização que será feita hoje é para alertar a população e, principalmente, os que já convivem com alguma doença."Com bons hábitos alimentares se pode evitar problemas renais. Os vilões são o sedentarismo, sal e se automedicar. Tomar anti-inflamatório pode danificar o órgão", diz Jaelson. E complementa: "Para quem tem fatores de risco, como pressão alta, obesidade e diabetes, deve estar atento e pedir ao médico para fazer o exame de sangue que mede os níveis de creatinina."
O aposentado Luiz Gerdeli, 63, é portador das doenças crônicas e descobriu há um ano que sofre de insuficiência renal. "Parece uma tortura, mas não é. Aqui, contamos piada, e fora daqui tenho uma vida normal. Quando descobri a doença pesava 107 quilos, hoje estou com 92 quilos, porque faço o tratamento correto", diz. A assistente financeiro Elisangêla Nunes, 29, confirma o que o amigo disse. "Dirijo, vou para balada e faço caminhada, como sempre fiz", dá o exemplo.
É possível fazer hemodiálise no conforto da sua casa
É possível fazer a hemodiálise em casa. Chama-se hemodiálise peritoneal e é feita com um aparelho utilizado enquanto o paciente dorme. De acordo com o médico nefrologista Jaelson Guilhem é feito um treinamento prévio com o paciente antes de ele levar o aparelho para casa. Dos 210 pacientes do IHS, cerca de 40 adotaram a metodologia.
Outros tratamentos/ Na Policlínica Municipal, 417 pacientes sorocabanos que são atendidos pela área de Nefrologia estão em fase de pré-diálise. Além disso, há outros 233 doentes em tratamento dialítico pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Celebração/ A Câmara de Vereadores celebrará o Dia Mundial do Rim hoje, às 19h30, com audiência pública. A proposta foi do vereador Izídio de Brito (PT). A ideia é discutir os riscos das doenças renais e alertar que a prevenção é o melhor remédio.
O médico Jaelson Guilhem confirmou presença no evento para destacar os tratamentos feitos aos pacientes das doenças renais crônicas. Estarão presentes também representantes da Secretaria Municipal de Saúde, Diretoria Regional de Saúde 16 e da Transdoreso, entre outras associações assistenciais.