A Doença Renal Crônica (DRC) consiste em lesão renal e geralmente perda progressiva e irreversível da função dos rins. Atualmente ela é definida pela presença de algum tipo de lesão renal mantida há pelo menos 3 meses com ou sem redução da função de filtração. Atualmente um em cada 10 adultos é portador de doença renal crônica, mas maioria destas pessoas não sabe que tem a doença porque ela não costuma ocasionar sintomas, a não ser em fases muito avançadas.
Os rins são os principais órgãos responsáveis pela eliminação de toxinas e substâncias, que não são mais importantes para o organismo. Eles também são fundamentais para manter os líquidos e sais do corpo em níveis adequados. Alem disso eles ajudam produzindo alguns hormônios e participam no controle da pressão arterial. Por isso, doenças nos rins e a sua perda de função levam a uma série de outras patologias.
Como as pessoas com diabetes são mais propensas a terem doenças nos rins, alguns pesquisadores decidiram averiguar a possibilidade de existir alguma ligação entre retinopatia (doença degenerativa não inflamatória da retina) e a doença renal crônica.
Avaliando 2.605 pacientes com insuficiência renal crônica, os autores deste estudo obtiveram fotografias da mácula em ambos os olhos de 1936 destes pacientes. Eles revisaram as fotografias com auxílio de uma especialista em retina e avaliaram a gravidade da retinopatia diabética (diabéticos, hipertensos ou outro) e o calibre diâmetro dos olhos usando protocolos desenvolvidos para grandes estudos epidemiológicos.
Além disso, foram feitas medições da função renal e informações sobre fatores de risco tradicionais e não tradicionais para diminuição da função renal. Segundo os autores, a maior gravidade da retinopatia foi associada com menor taxa de filtração glomerular após o ajuste para fatores de risco tradicionais e não tradicionais.
Eles verificaram que a presença de anomalias vasculares geralmente associadas com a hipertensão foi igualmente associada a uma menor taxa de filtração glomerular. Eles observaram também que não houve relação direta entre a taxa de filtração glomerular e médios calibres arteriolares ou venular.
Estes resultados mostram uma forte associação entre a gravidade da retinopatia e suas características e o nível da função renal após o devido ajuste aos fatores de risco tradicionais e não tradicionais para doença renal crônica, o que sugere que a patologia retinovascular reflete, de fato, a presença de uma doença renal.